Você já parou para pensar sobre a ciência por trás da aromaterapia? A seguir, nós vamos explicar tecnicamente como os óleos essenciais se relacionam com nossos comportamentos e emoções, bem como a relação da aromaterapia com a indústria e a academia pelo mundo.
Óleos Essenciais são substâncias voláteis, produzidas por plantas aromáticas (nem todas as plantas são aromáticas) durante seu metabolismo secundário. Aromaterapia é a terapia gerada a partir da utilização de óleos essenciais puros e pode ser realizada de diferentes formas.
O cérebro funciona por meio de associação, e é por isso que certos cheiros ou sons desencadeiam sentimentos ou memórias muito fortes. A aromaterapia usa óleos essenciais para melhorar o bem-estar, ou para tratar condições emocionais por meio da estimulação de partes do cérebro. E esse estímulo, gerado pela aromaterapia, inicia no sentido do olfato que afeta diretamente o sistema límbico – também conhecido como cérebro emocional, uma estrutura de neurônios responsável pelos comportamentos instintivos, pelas emoções profundamente arraigadas e pelos impulsos básicos, capaz de criar um impacto positivo nos estados físico, mental, emocional e espiritual.
Segundo pesquisadores da Universidade Rockfeller, em Nova York, o olfato pode identificar mais de um trilhão de odores diferentes. As glândulas olfativas são capazes de interação quase imediata com a amígdala e o hipocampo do cérebro, onde as emoções e a memória são colocadas. As células olfativas mandam impulsos para o sistema nervoso, onde as sensações olfativas são interpretadas e produzidas. Assim, à medida que inalamos os óleos essenciais puros, suas moléculas se comunicam com os receptores cerebrais, que controlam diferentes tarefas em nosso corpo, contribuindo para o tratamento alternativo e natural de uma ampla variedade de desequilíbrios.
Os antigos persas e egípcios conheciam os óleos essenciais de Terebintina (madeira de pinheiro) e resina de mastique (Pistacia lentiscus), sem dúvida o primeiro óleo essencial obtido a partir da destilação a seco. Vasos de alabastro, encontrado em antigas tumbas de faraós, possuíam óleos essenciais e datavam de mais de 6.000 anos (PRICE, 1994). Os óleos essenciais eram empregados pelos egípcios, também, em massagens de embelezamento, para proteger a pele do clima árido e evitar a decomposição de seus mortos, demonstrando que conheciam suas propriedades antissépticas. Essas informações difundiram-se para os antigos gregos e deles para os romanos (DE LA CRUZ, 1997).
Na Inglaterra, a aromaterapia sob a visão holística, foi introduzida na década de sessenta por Micheline Arcier e Daniele Ryman, alunas da enfermeira e assistente cirúrgica Marguerite Maury, que nasceu na Áustria em 1895 e viveu em Viena. Madame Maury foi considerada a pioneira em estabelecer essa perspectiva dentro da aromaterapia com seu método de aplicação dos óleos essenciais pela massagem, de acordo com o temperamento e a personalidade do paciente, idealizando assim as “prescrições individuais”. Marguerite Maury divulgou seu trabalho em toda a Europa e abriu clínicas de aromaterapia em Paris, Suíça e Inglaterra (RHIND, 2012).
De acordo com a United Nations Commodity Trade Statistics Database, os maiores consumidores de óleos essenciais no mundo são os Estados Unidos, a União Europeia, o Japão, a China e Cingapura. Na Europa, a França lidera as importações de óleos essenciais seguida por Reino Unido, Alemanha, Suíça, Irlanda e Espanha. Na França, inclusive, por razões históricas, firmou-se o uso de óleos essenciais como fitomedicamentos, sendo prescritos por médicos e farmacêuticos, como alternativa a drogas alopáticas, para o tratamento de diversas doenças.
Atualmente a aromaterapia é reconhecida e empregada em muitos países industrializados como um método terapêutico eficaz. Em se tratando do conhecimento e avanço na área, a Inglaterra e a França são os países que mais se destacam, com trabalhos sérios e de qualidade. Vale ressaltar que na Inglaterra existe um Conselho de Aromaterapia e na França existem faculdades que possuem a disciplina “Aromaterapia” nos seus cursos de medicina (BUCKLE, 2002).
No Japão, a Toho University, em um estudo pré-clínico, mostrou o impacto dos óleos essenciais florais e de ervas no sistema nervoso. Sabendo que a excitação é controlada por duas partes do cérebro, sendo: i) o sistema nervoso simpático (SNS), que nos prepara para a ação física ou emergências, também chamado de sistema de fuga; e ii) o sistema nervoso parassimpático (SNP), que estimula o relaxamento. A universidade japonesa descobriu que o SNS foi estimulado pelos aromas dos óleos essenciais de Ylang-Ylang, Patchouli (Dark) e de Menta Piperita; enquanto que o SNP foi estimulado pelo cheiro dos óleos essenciais de Sândalo Amyris, Limão Siciliano e de Bergamota. Em suma, para aqueles que precisam relaxar, o SNP deve ser dominante, enquanto àqueles que precisam ser estimulados fariam melhor aumentando o SNS. Embora mais estudos científicos de natureza clínica, envolvendo a aromaterapia, sejam necessários, essa universidade japonesa ajudou a demonstrar o impacto que os aromas têm no cérebro e como podemos usa-los a nosso favor.
Profissionais dedicados à terapia cognitivo comportamental, um tratamento psicoterápico focado na mudança dos padrões de pensamento que estimulam vícios, fobias, ansiedades, depressão, dificuldade para dormir ou desafios de relacionamento, também têm apostado na aromaterapia como alternativa contributiva e complementar. Embora seja um meio pouco tangível (do ponto de vista científico), há muita informação disponível nesse nicho (psicológico e energético vibracional) da aromaterapia e é um movimento que tem sido cada vez mais forte.
No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) considera a aromaterapia como uma prática terapêutica secular que promove ou melhora a saúde, o bem-estar e a higiene, de maneira que, desde 2006, passou a adota-la como uma de suas práticas integrativas de saúde. Em ambiente hospitalar, a aromaterapia é fantástica porque purifica o ar, além dos efeitos positivos que causa, naturalmente, nos pacientes. Em hospitais particulares tem sido cada vez mais comum a presença de difusores ultrassônicos nas salas de espera e a aplicação tópica de óleos essenciais nos pacientes, por meio de massagens ou de inalação, geralmente administradas por fisioterapeutas, enfermeiros, psicólogos ou terapeutas holísticos.
O fato é que para se discutir a ação farmacológica dos óleos essenciais no organismo, quer-se que a metodologia seja científica, e, de preferência, nos mesmos parâmetros utilizados pelas indústrias farmacêuticas ou pela academia. Ocorre que isso custa tempo e dinheiro, e como os óleos essenciais não são patenteáveis por si sós, não geram interesse em ser estudados nesses parâmetros. De todo jeito, há uma quantidade importante de estudos e profissionais dedicados ao tema, em esfera nacional e internacional, que acompanham a aplicação de óleos essenciais puros, com finalidade terapêutica, em cenários de diferentes complexidades.
Aqui na Plucky, com o objetivo de gerar reflexão sobre a aromaterapia e seus benefícios, exploramos conteúdos disponíveis no Brasil e no exterior em todas as nossas plataformas e oferecemos uma linha exclusiva de óleos essenciais puros de 15 países diferentes, inclusive do Brasil.